Página em construção - conteúdo provisório, sujeito a alteração. Notas explicativas e símbolosCanto I1.1 Os dois picos do Parnaso são Nissa, dedicado às Musas, e Cirra, onde reside Apolo. No Inferno e Purgatório Dante considerou suficiente invocar apenas as Musas. No Paraíso ele precisa de ambos. 1.2 Cronologia: Era manhã quando Dante chegou na base da montanha do Purgatório (Purgatório, Canto I) e, conseqüentemente, tarde na Itália, onde Dante está redigindo sua viagem. A melhor luz do Sol é a luz do meio-dia. Na Itália, onde Dante está redigindo sua viagem, já é noite. Isto significa que a viagem pelo Paraíso começa ao meio-dia. A melhor constelação ou estrela (migliore stella) é a constelação de Áries que representa, na astrologia, o início do calendário. Segundo os comentários de Barbara Reynolds, os quatro círculos são o horizonte, o equador, a linha eclíptica (caminho por onde passa o Sol pelo céu) e o meridiano do equinócio, que é perpendicular ao equador. Os quatro círculos se cruzam em um único ponto, que pode ser imaginado como três cruzes [Sayers 62]. A posição refere-se à do Sol durante o equinócio de primavera. No equinócio o Sol nasce exatamente no Leste e os dias têm a mesma duração que as noites (equi = igual, nócio = noite). Acreditava-se que a criação acontecera quando o Sol estava no equinócio da primavera (vários calendários antigos tinham início no equinócio de primavera, que corresponde aproximadamente ao dia 21 de março no hemisfério norte). Comentaristas antigos identificam os quatro círculos com as quatro virtudes cardeais e as três cruzes com as três virtudes teológicas. 1.3 Segundo Ovídio (Metamorfoses XIII:898-968), Glauco, um pescador da Beócia, observou que os peixes que havia pescado, já mortos, voltavam à vida quando colocados sobre uma certa erva. Ele então comeu da erva e se transformou num deus dos oceanos. 1.4 Dante ouve os sons do Universo ao atravessar as esferas. A crença que o giro das esferas emitia sons musicais foi defendido inicialmente por Pitágoras. Platão formulou uma hipótese onde as distâncias entre os sete corpos celestes (Sol, Lua e planetas) até o centro da Terra tinham correspondência com os intervalos entre as sete notas musicais. A crença durou até os tempos do astrônomo alemão Johannes Kepler (1571-1630) que chegou a publicar uma obra (Harmonices Mundi) onde adaptou a hipótese de Platão à sua teoria heliocêntrica na qual os planetas tinham órbitas elípticas em torno do Sol [Mourão 03].
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