Notas explicativas

Canto XXVI

26.1 Os maus conselheiros são os que induziram outros a praticar a fraude. De acordo com Dorothy Sayers "o fogo que atormenta também oculta os conselheiros da fraude, pois pecado deles foi cometido às escondidas. E como pecaram com suas línguas, agora a fala só pode passar pela língua da chama furtiva." [Sayers 49] Voltar

26.2 Ulisses (Odisseus, na mitologia grega) era rei de Íthaca e um dos líderes do exército grego na guerra de Tróia. Ele surge em diversas obras gregas antigas como herói bravo e virtuoso. Nas obras de Virgílio é um político armador de intrigas e conspirações. Sempre foi retratado como um exímio estrategista, tendo sido o autor do logro do cavalo de Tróia junto com Diomedes, que levou a conquista da cidade pelos gregos. Ulisses e Diomedes também são acusados do roubo do Palladium (estátua de Atena de Palas) que os troianos acreditavam ter caído do templo de Atena no céu, e que era a causa da invencibilidade de Tróia. Entre os maus conselhos de Ulisses está o incentivo dado a Aquiles ao revelar que o oráculo lhe profetizava grandes glórias (a rendição de Tróia). Mas Ulisses escondeu de Aquiles a segunda parte do oráculo, que profetizava também que ele morreria na guerra. Voltar

26.3 Diomedes foi rei de Argos e aliado de Ulisses e dos gregos na guerra de Tróia. Voltar

26.4 Penélope era, segundo a mitologia grega, princesa de Esparta e esposa de Odisseus (Ulisses), que lutava na guerra de Tróia. Ulisses passou mais de 20 anos longe de Penélope, antes e depois da guerra, mas ela nunca duvidou que ele voltaria. Embora fosse constantemente assediada por inúmeros pretendentes, ela sempre os dispensava dizendo que não podia escolher um novo esposo enquanto não terminasse uma colcha que tecia para seu sogro Laertes. Toda noite ela desfazia o trabalho feito durante o dia e assim evitava ter que fazer a escolha. Uma noite, porém, ela foi surpreendida por uma criada que revelou seu segredo e foi assim obrigada a concluir o trabalho. Quando os pretendentes estavam prontos a ouvir sua decisão, Ulisses voltou, disfarçado, matou todos eles e voltou para Penélope. [Encarta 97] Voltar

26.5 A última viagem de Ulisses não tem precedentes em qualquer outra obra literária sobre o explorador grego, cujas aventuras foram narradas por vários outros autores, além de Homero. É criação de Dante e uma das mais famosas passagens do Inferno. Ulisses fala que atravessou o mediterrâneo até os pilares de Hércules (estreito de Gibraltar). Foi além dos pilares, virou para o sudoeste e navegou por mais cinco meses quando finalmente viu, no horizonte, a forma de uma altíssima montanha. Jamais conseguiu chegar até ela pois antes um redemoinho afundou sua embarcação, matando ele e todos os seus tripulantes. A montanha era o monte do purgatório, que fica do outro lado do mundo. Voltar

26.6 Os pilares de Hércules são formados pelo rochedo de Gibraltar na Espanha e pelo rochedo de Ceuta (Abila) em Marrocos e separam o mar Mediterrâneo do oceano Atlântico. No mundo antigo acreditava-se que os pilares de Hércules sinalizavam o ponto onde acabava o mundo habitado (na época, só se conhecia três continentes: Europa, África e Ásia). De acordo com a mitologia clássica os montes antigamente formavam um só rochedo que foi partido em dois por Hércules. Voltar